Óde(io) à baliza e às Conversas de Intervalo Intrajornada
- Augusto Casoni
- 21 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
O título é muito bom. Eu sempre começo o texto por uma ideia. Uma frase que surge. Da frase as outras reflexões saem.
O problema é se der branco.
Você já pensou no porquê que a gente precisa fazer baliza? Gente do céu, é muito horrível. Eu confesso, sou um motorista nota cinco. Isso se estudar muito e fizer exame, recuperação - chame como quiser. Eu me daria um quatro. Mas nunca se dê menos que cinco. Baliza é um horror. Meus reflexos são horríveis no trânsito. Minha habilidade manual, não é diferente.
Mas porque você tá falando de baliza Augusto? E ainda tem metade do título que você não explicou.
Sei lá, sabe quando você sente algo? É. Tipo sentimentos. Você tá triste, com raiva, precisa conversar. Essas coisas que nossos antecedentes falam que é frescura. Que nossos contemporâneos valorizam tanto, mas nunca têm tempo pra vivenciar. Sentimentos.
Eu me sinto muito privilegiado de fazer acompanhamento psicológico. Se você parar pra pensar existem pessoas que não têm dinheiro nem pra desabafar com o cobrador de ônibus, o que é muito injusto. Mas no Brasil, nunca pare pra pensar. Se você parar pra pensar, você para.
Eu só queria conseguir conversar com meu pai. Não só hoje. Outros dias. Não bastasse a dificuldade normal de comunicação de mais de 30 anos de distância, ainda tem a limitação temporal.
Tente conversar com alguém em um almoço. Tente conversar com alguém em um almoço no intervalo de trabalho. Por mais que você consiga, você sabe que vai acabar. Não dá pra falar tudo.
Quando dá pra falar tudo?
Estou cansado de chorar em restaurantes e padarias (risos).
Tava saindo do restaurante e vi um carro fazendo baliza. Aqui em Prudente tem muitas pessoas, o tempo inteiro, fazendo baliza. Que caos de trânsito.
Que ódio de baliza. Que ódio de conversas em restaurantes. Mas obrigado por existirem balizas e restaurantes. Obrigado por oportunizarem as conversas.
E o ódio.
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