top of page

Uma Carta de Amor aos Vilões - As primeiras semanas da casa mais vigiada do Brasil

  • Foto do escritor: Augusto Casoni
    Augusto Casoni
  • 10 de fev. de 2021
  • 3 min de leitura

As coisas em Curicica acontecem em ritmo de jogo decisivo. Àqueles que estão ganhando – Karolina Conká, Projota e companhia – o tempo passa lento, parece querer não passar. As duas semanas de confinamento se transformam em meses. Àqueles que estão perdendo – no caso particular do BBB21, o Brasil inteiro – duas semanas VOARAM. Não à toa, temos já três eliminados, em período apenas suficiente para eliminar dois.


Tal união e angústia nacional é mérito honorável, principalmente dos dois participantes acima citados que demonstraram ser EXÍMIOS vilões em suas narrativas pessoais dentro do jogo. Importante lembrar que, para que tenhamos bons heróis, é vital a existência de bons vilões. E geralmente os últimos se destacam mais.


Nossa primeira eliminada, a moça Kerline, não fugiu às tradições de um primeiro eliminado de BBB. Em sua curta jornada, nem vilões nem heróis tinham despertado – os motivos de sua indicação e eliminação foram tanto a falta de afinidade com o líder, que lhe indicou, quanto com o público em geral, que nada pôde enxergar de interessante na moça. Aliás nem sei se merecia este parágrafo, com todo respeito.


Nosso segundo eliminado, entretanto, teve uma jornada completa. Nunca antes em qualquer outra edição, tivemos um campeão antes do fim da segunda semana de programa. Lucas Penteado, o herói da favela, dos bêbados, dos prolixos, dos artistas e dos bissexuais, viveu em duas semanas a consagração completa como figura de destaque. Saiu de vilão: como exímio bêbado, brigou com a casa toda por motivos que até agora não foram completamente compreendidos por todos; para herói: quando em consequência de seus atos foi, exageradamente, massacrado pela casa, fazendo despontar a maldade das figuras antagonistas supracitadas. Que homem necessário! Agradecemos profundamente.


Enfim, chegamos aos homenageados do texto: os inimigos do bem estar brasileiro atualmente, e aqui faço destaque a Karolina. Que personagem fascinante. Apesar de chegar na casa com status de defensora da sensatez e progressismo moral, Karol não demorou a negar todas essas primeiras impressões. Ao se posicionar como detratora de Lucas Penteado, não foram raros os episódios em que a cantora passou dos limites em palavras e atitudes de exclusão para com o rapaz. Num completo esquecimento de tudo aquilo que representa, a também apresentadora demonstrou ao Brasil o perfeito significado de intolerância e abuso. Nem o melhor roteirista talvez fosse capaz de escrever tamanha reviravolta.


No entanto, o que mais impressiona é sua habilidade de hipnóloga. A maioria dos participantes da casa ainda não notou o quão absurdos são seus posicionamentos e posturas dentro da casa. A MAMACITA domina completamente a mente de todos os seus aliados. Através do monopólio do discurso garantido por seu lugar de “mulher preta ativista”, tão mal invocado e defendido por sua aliada Lumena, Karolina não possui inimigos a sua altura ainda no jogo, pois não os dá a oportunidade de ter voz.


Discordo do que foi apontado por outros participantes no jogo da discórdia da última segunda-feira. Não vejo outros influenciadores na casa - só ela. Projota – o rapper que não sabe rimar – ocupa talvez uma subcolocação, mas que, na minha visão, só é “permitida” por Karolina pelo fato de o cantor agir, ainda, dentro de sua zona de conforto.


Karolina é um personagem fascinante que o Brasil ama odiar (Ah, o clichê!). Não me cabe aqui comentar eventuais crimes que ela possa ter cometido (o que me parece hilário, ao mesmo tempo que trágico), deixo isso à justiça. Seu ápice e consagração como rainha da maldade foi a última eliminação popular: com 64% dos votos ARCREBIANO (faço questão de digitar este nome em maiúsculo) deixou a casa após boatos espalhados por nossa anti-heroína de uma suposta “traição não consumada” com Carla Diaz. Karolina conseguiu até mesmo que Carla ficasse a seu lado no final.


Após a saída de seu pseudo-namorado, como uma verdadeira vilã de novela, Karolina derramou suas lágrimas de crocodilo entre os braços de seus discípulos. Repito, ainda não vejo inimigos à sua altura dentro do jogo. Seu maior inimigo está fora da casa, é o Brasil, que ainda não entendeu o quanto precisa dela.


Mas não fiquem bravos comigo, amigos, também desejo sua saída, fica aqui apenas uma singela homenagem a este ser humano que sacrificou sua carreira em prol da construção de um personagem detestável. Um muito obrigado aos ótimos vilões!

 
 
 

Comentários


Post: Blog2_Post

Formulário de inscrição

Obrigado(a)

  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

©2020 por Fundamentos Vazios de uma Mente em Construção é uma criação de Augusto Casoni Quinellato.

bottom of page