Um texto sobre dançar.
- Augusto Casoni
- 6 de mar. de 2023
- 1 min de leitura
Tem que haver pudor. Acredito que o receio de invadir algo do alheio é essencial para que o êxtase exista. Um certo receio do choque, uma ansiedade de conexão.
Também acredito ser importante certa vulgaridade. Pra se jogar é preciso estar disposto a passar algum ridículo. Nem que seja apenas dentro de nossa própria mente. Não se pode fazê-lo como quem raciocina cartesianamente como se jogasse dama. Nem convém que assim seja, nem seria agradável se assim fosse.
Por fim, a objetificação e o despeito. Despeito de possível censura, prévia ou posterior. Objetificação da alteridade, garantia de entrega ao próprio corpo, à própria vontade.
É assim ou quase isso.
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