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Bobeirinha de fim de semana de Copa do Mundo – Por que eu gosto de futebol?

  • Foto do escritor: Augusto Casoni
    Augusto Casoni
  • 27 de nov. de 2022
  • 3 min de leitura

Sei que estou muito sumido e peço desculpas por isso. No entanto, assim como o jogador Breel Embolo (que não comemorou o gol marcado a favor da Suíça contra Camarões por ser este seu país de origem) não comemorará gol contra o Brasil, acredito que vocês, meus leitores, não sentiram muito minha falta. Ele, porque não fará nenhum contra nós; vocês porque não existem ou com certeza nem lembravam que eu escrevia semanalmente. Mas divago!


Hoje volto com esse “quadro” do bobeirinha de meio de semana, dessa vez no fim de semana, para falar de COPA DO MUNDO, amigo! Ou mais especificamente de futebol. Eu teria algumas memórias para compartilhar, algumas boas, outras ruins e outras sem graça. Escolhi uma daquelas sem graça, mas importante.


Lembro-me de ter acompanhado pelo menos 4 copas do mundo, com a atual 5. Mas a de 2010 foi uma das que mais me ensinou alguma coisa.


Naquela copa, perdemos de 2 a 1, para a Holanda, em uma quartas-de-final (vou digitando tudo de cabeça, se cometer algum engano, por favor, não me corrijam! Esta é a magia da memória: sempre, ao menos partes dela, construímos) e de virada!


Recordo como estávamos jogando bem o primeiro tempo e tudo desabou no segundo, logo após Tino Marcos, ou qualquer repórter da Globo, ter entrevistado a família de Robinho, que tinha marcado nosso gol.


Assistíamos à partida eu de 12 anos, meu pai, minha mãe e alguns amigos dela do trabalho. O lugar era, inclusive, seu local de trabalho: uma agência bancária. Foi realmente uma atividade inusitada para um fim de semana (talvez tenha sido meio de semana, mas parecia fim).


Meu pai sempre foi uma pessoa muito calada durante partidas de futebol. Sempre assistindo pela tv, já tarde da noite muitas vezes, eu tinha a meu lado um homem sério e concentrado. Não porque entendesse algo de tática, acho que até hoje eu e ele somos analfabetos do esporte, tanto na prática quanto na teoria. Mas acho que meu pai entendia uma das coisas mais importantes do futebol (e consequentemente da vida): o jogo só acaba quando termina.


Eu, na minha maturidade dos 11 pra 12 anos, não conseguia me conter: vibrava só com uma mera roubada de bola no meio de campo, gritava quando chutavam para fora do gol, me desesperava quando o time adversário roubava a bola, ainda que longe da meta, ria alto quando algum jogador errava... e ele quieto.


Ele, acho que por entender que um mero ataque pode não dar em nada, uma roubada de bola menos, e um chute errado pode até mesmo significar o início de algo bom, ficava na dele. Isso quando não acabava dormindo, o que, convenhamos, é muito honesto esperar de alguém que assistia jogos do Palmeiras dos anos de 2010.


Confesso que muitas veze eu ficava incomodado. Eu me frustrava por pensar que ele não estava aproveitando como eu, ou não estava ligando para aquilo ali, as vezes eu queria que estivesse ali alguém tão escandaloso junto comigo ou algo do tipo.


Nesse dia da Copa de 2010 lembro de ter uma das primeiras experiências de assistir um jogo de futebol com muitas pessoas. E, dessa vez, para todas elas aquilo era importante e o foco do momento.


Um dos colegas de minha mãe agiu exatamente como eu sempre agia durante toda a partida. Ria! Comemorava lances insignificantes, fazia piada com erros, ficava ansioso por perdas de bola em zonas pouco perigosas, entre outros exageros. Foi a primeira vez que me senti incomodado com o contrário. Senti que quem aproveitava pouco da partida era ele, que estava pouco conectado, que não estava realmente se importando com aquilo ali.


O segundo tempo vem, um desastre ocorre com nosso time, e somos eliminados da Copa de 2010. O colega da minha mãe seguiu rindo, contando piadas e marcando próximos encontros. Já eu, lembro de ter chorado muito tempo aquela derrota.


Até hoje acho que ligo mais pro Palmeiras do que para o futebol em si, mas eu aprendi, quando convém, obviamente, a me conectar de uma maneira muito bonita à catarse que esse esporte pode provocar.


Não sei se era isso que meu pai queria me ensinar. Na verdade, não acho que ele queria me ensinar nada. Mas, sendo um futuro professor, gosto de acreditar que a maioria das coisas (e talvez as mais importantes) a gente ensina sem querer.


Obrigado, pai. Obrigado, futebol.


Seremos hexa! E se não formos, que soframos (ou riamos) da melhor maneira que pudermos!

 
 
 

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